
Do pó…lá voltarás!
A partir do momento em que nascemos estamos a caminho da morte. Após todas as manifestações fúnebres da “última homenagem”, o falecido é encaminhado para uma “cidade” aprisionada por muros, com portões de entrada e saída, e horários de permanência. Onde, o horário das trevas é interdito aos vivos. Local de ostentação, local de presença e culto, da ausência, da eternidade e da ressurreição, de desejo de perpetuação do nome, seus laços e relações. Existe cuidado com a presença viva, como flores e plantas, existe também o abandono, o esquecimento, a delapidação. Fará sentido continuar a pedir às gerações vindouras, aos descentes, a “obrigação” de prestarem manutenção e culto? Não fará mais sentido ser recordado enquanto lembrança, enquanto memoria e momentos vividos? Qual a necessidade de um “deposito” de culto? Lá, nada mais permanece que um corpo em decomposição, que um dia será esquecido e abandonado.
“Lembra-te de que és pó, e ao pó voltarás” ...
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